Informativo JDL n. 35 | Nov-Dez 2024
Olá, sejam muito bem-vindas, bem-vindos e bem-vindes ao último Informativo JDL de 2024!
Essa é a edição de novembro e dezembro da newsletter do grupo de pesquisa Jornalismo, Direito e Liberdade, vinculado à Escola de Comunicações e Artes da USP e ao Instituto de Estudos Avançados da USP. Aqui você encontra um balanço das nossas atividades, publicações do grupo nos últimos meses, além de eventos, oportunidades acadêmicas e dicas culturais ligadas aos nossos temas de pesquisa. Boa leitura!
Estamos falando sobre…
Um ano em torno da digitalização e da ordem desinformativa
Nosso objetivo neste ano foi conhecer diferentes conceitos de digitalização e datificação e suas relações com a desinformação, ou o que estamos denominando ordem desinformativa. Em termos acadêmicos, nosso interesse foi aproximar os trabalhos de diferentes grupos de pesquisa da Escola de Comunicações e Artes, a fim de encontrar afinidades e interesses na elaboração de projetos coletivos de pesquisa.
Com o professor Massimo de Felice, do departamento de relações públicas, propaganda e turismo, no seminário “Do Comunicar ao Habitar: desafios epistêmicos da comunicação diante do Antropoceno e das Emergências Climáticas”, em abril, aprendemos que dois fenômenos aparentemente díspares, como as emergências climáticas e a inteligência artificial, podem ser pensados numa concepção mais abrangente e não hierarquizante de natureza e cultura, o que implica que devemos caminhar para regulações menos antropocêntricas e mais ecológicas, como as ideias dos direitos da natureza e dos direitos da informação.
Em maio, no seminário “Diálogos e alianças possíveis na proteção das mulheres contra o discurso de ódio na internet”, discutimos com as escritoras, ativistas e pesquisadoras Lola Aronovich e Simony dos Anjos as violências de gênero nos ambientes digitais, e aprendemos que questões culturais e religiosas atravessam essas violências, de modo que o debate público precisa se voltar para as disputas de narrativas sobre a família, a religião e as masculinidades.
Nosso terceiro seminário, “Digitalização, trabalho jornalístico e regulação”, em 19 de junho, recebeu a professora Roseli Figaro, titular da ECA-USP e coordenadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho, e com ela aprendemos que princípios como soberania informacional e o associativismo profissional das áreas da comunicação são fundamentais para se fazer frente aos efeitos perversos da digitalização e à datificação da vida.
O segundo semestre começou com um seminário sobre “Identidades, Tecnologias e os Fins da Democracia”, que contou com a participação dos pesquisadores Gilson Schwartz (dpto de Audiovisual da ECA-USP), Jaércio da Silva (Paris-Pantheon-Assas), Rosângela Hilário (Federal de Rondônia), Saba Hussain (Univ. de Birmingham) e Vinicius Vieira (FAAP). A roda de conversa explicitou as dimensões interseccionais e internacionais dos fenômenos da digitalização e da datificação, e resultará em encontro internacional sobre o tema em 2025 na USP, ano da França no Brasil.
No início de outubro, recebemos a professora Elizabeth Saad, professora titular da ECA-USP e líder do grupo de pesquisa Com+, no seminário “Digitalização e violência contra jornalistas na era da desinformação”, quando pudemos refletir sobre a midiatização das profissões de comunicação e as táticas de vigilância e violência exercidas por plataformas e grupos sociais e estatais nas esferas públicas digitalizadas.
Por fim, debatemos com o professor Eugênio Bucci o livro Incertezas, que recebeu o prêmio jabuti acadêmico de 2024. O professor titular da ECA-USP e membro fundador do JDL teceu as teses principais do livro, das quais se destacam o predomínio das perspectivas matemáticas e econômicas da incerteza nas áreas da informação, da política e da ciência, e sua apropriação, desigualmente distribuída, pelo sistema capitalista contemporâneo.
Agradecemos a cada pessoa que se dedicou às atividades do JDL neste ano, quem compartilhou conhecimentos e agendas de pesquisa, e quem esteve na organização e divulgação dos seminários e outras atividades. Seguimos para 2025 com a proposta de discutir com pesquisadores e atores privados e estatais os efeitos da digitalização e da datificação nas diferentes profissões da informação e da comunicação, com destaque para o jornalismo e outras instituições da democracia.
Atividades de novembro
Seminário com Eugênio Bucci debate a gestão da incerteza no capitalismo digital
O grupo de pesquisa Jornalismo, Direito e Liberdade (JDL) promoveu, no dia 22 de novembro, o seminário "Gestão Iníqua da Incerteza e Ignorância Artificial no Capitalismo Digital". O evento, parte do calendário de pesquisa do grupo, dedicado à reflexão sobre a ideia de “ordem desinformativa” e à datificação do ambiente social, teve como expositor Eugênio Bucci, o professor da Escola de Comunicações e Artes da USP.
Jornalista e pesquisador, Bucci tem carreira a atravessar a academia, o mercado editorial, e o serviço público. Ex-presidente da Radiobrás, o professor foi, recentemente, eleito para a Academia Paulista de Letras. Seu último livro, "Incerteza, um ensaio", é vencedor do Prêmio Jabuti Acadêmico 2024.
Em sua fala, Eugênio Bucci resgata as ideias elaboradas em seu mais recente livro para, numa trajetória a dialogar com a história da ciência, a filosofia, e os estudos de comunicação, refletir sobre o papel das plataformas digitais no cenário contemporâneo.
O encontro foi mediado por Tiago Soares, pesquisador de pós doutorado do JDL, e contou com debate proposto por Ana Paula Cardoso, Bruno Henrique de Moura, Gislene Nogueira Lima, e Maria Eugênya, pesquisadoras e pesquisador do grupo de pesquisa.
O encontro pode ser visto no YouTube:
Na academia e na imprensa
Publicações de pesquisadoras e pesquisadores do JDL
Eugênio Bucci foi convidado para a mesa de abertura do Seminário de Confiabilidade Informacional 2024 realizado pela Unesp. O professor da ECA-USP e pesquisador do JDL proferiu a palestra “Informação, confiança e incerteza”.
Lizete Nóbrega, pesquisadora do JDL, mediou, em Salvador, a oficina “Estratégias de combate à desinformação e às desigualdades digitais” durante a 7ª edição do SCREAM Festival, evento focado em criatividade, inovação e negócios do Norte-Nordeste.
O programa Universo das Emissoras Públicas, da Rádio USP, abordou a radiodifusão pública feita nos Estados Unidos, que conecta mais de 1.500 emissoras de rádio e televisão. A edição contou com a participação da professora Patricia Aufderheide (American University). A apresentação é conduzida por Gislene Nogueira, pesquisadora do JDL, e Verônica Poli.
A pesquisadora Luciana Moherdaui, do JDL, comentou o julgamento do Marco Civil da Internet pelo Supremo Tribunal Federal em sua coluna “A internet não é terra sem lei”. Moherdaui destacou como o debate expõe fragilidades que persistem após o insucesso de discussões na Câmara dos Deputados.
O membro do JDL, Agnaldo Montesso, participou do III Simpósio Nacional de Comunicação Política, Eleições e Campanha Permanente e do I Simpósio Internacional de Comunicação Política, Plataformas e Desinformação. O doutorando do PPGCOM apresentou o artigo “Estratégias de Campanha Permanente no TikTok: análise do perfil do governador Romeu Zema”, escrito em parceria com o Prof. Dr. Luiz Ademir de Oliveira.
Giovanni Francischelli, pesquisador do JDL e da Universidade do Oregon, mediará no próximo dia 14 de dezembro um debate sobre o documentário “Lo que queda en el camino”. O filme retrata a jornada de uma família migrante da Guatemala à fronteira México-EUA. O evento faz parte do Fórum Fronteiras Cruzadas da USP e acontece no Al Janiah, às 18h, em São Paulo (Bela Vista). Entrada gratuita.
Nesta segunda-feira (9/12), a pesquisadora do JDL, Januária Alves, participará da bancada do programa Roda Viva, da TV Cultura. O entrevistado será Jonathan Haidt, psicólogo e autor de “A geração ansiosa”, obra que discute os impactos do uso de celulares por crianças e adolescentes. O programa será exibido às 22h na TV aberta e nas plataformas digitais da TV Cultura.
Novidades
Leituras de referência indicadas pelo JDL
O LABCOM, laboratório de comunicação da Universidade da Beira Interior, acaba de lançar uma trilogia sobre discurso de ódio online. A coleção aborda temas centrais e interligados na sociedade algorítmica: desinformação, polarização política e ataques virtuais com linguagem tóxica. O primeiro volume, Disinformation and Polarization in the Algorithmic Society, explora as origens e manifestações do discurso de ódio, destacando ataques a comunidades LGBTQ+ na Europa, jornalistas na Ásia e políticos negros na América Latina, além do papel das agências de checagem. O segundo, Legal Challenges and Political Strategies in the Post-Truth Era, discute os desafios legais e políticos no combate à linguagem tóxica, incluindo as falhas da autorregulação das plataformas e os riscos para a paz em diferentes regiões. Já o terceiro, Methods, Techniques and AI Solutions in the Age of Hostilities, apresenta métodos para identificar e enfrentar narrativas violentas online, explorando as possibilidades da IA e os limites da automação nesse contexto.
A Revista Asas da Palavra acaba de publicar o dossiê "Inteligência Artificial (IA): interfaces entre comunicação, tecnologia e sociedade". A publicação reúne nove artigos que exploram diferentes perspectivas sobre o uso da IA, conectando-a à comunicação, tecnologia e sociedade. Pesquisadores de todas as regiões do Brasil abordam temas como estereótipos, algoritmos, audiovisual e jornalismo no contexto da IA. A edição destaca discussões atuais sobre o impacto da IA em práticas culturais, sociais e mediáticas, oferecendo reflexões teóricas e empíricas de relevância para o debate contemporâneo.
A Revista Fronteiras – Estudos Midiáticos publicou o dossiê Cultura Digital que aborda questões contemporâneas sobre o digital e suas interfaces com a comunicação, a sociedade e a tecnologia. Entre os destaques estão artigos que analisam a cobertura midiática, o conteúdo discursivo e as manchetes referentes a um experimento com inteligência artificial, e que analisam discursivamente a campanha de comunicação do Google durante a tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei 2630/20 (PL das Fake News).
Agende-se!
Eventos e oportunidades acadêmicas
Programa de bolsistas
A Columbia University está aceitando candidatos para o Obama Foundation Scholars Program 2025-2026. Os acadêmicos receberão aprendizado baseado em habilidades e experiência e se envolverão com líderes de pensamento e profissionais. Um apartamento estúdio mobiliado, bolsa mensal e muito mais serão fornecidos. Prazo: 16 de dezembro de 2024 (IJNet)
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Chamada para ideias de sessão
Jornalistas agora podem enviar ideias para sessões na conferência de 2025 da Global Investigative Journalism Network . Palestrantes interessados devem sugerir painéis, workshops e outras apresentações interessantes. Prazo: 20 de dezembro de 2024 (IJNet)
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Congresso Mundial de Educação em Jornalismo
O Congresso Mundial de Educação em Jornalismo (WJEC), que será realizado de 8 a 10 de agosto de 2025, em São Francisco, Califórnia, está aceitando resumos que explorem melhores práticas no ensino de jornalismo, desafios e oportunidades para educadores em jornalismo, direções futuras e as pesquisas mais recentes sobre jornalismo e educação em jornalismo. para a educação em jornalismo. O prazo estendido é 31 de dezembro (IJNet)
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Mestrado em jornalismo oferece bolsas na Dinamarca
A edição de 2025 do Erasmus Mundus Master’s in Journalism, Media and Globalisation oferece bolsas de estudo parciais com duração de dois anos para jornalistas. Para se inscrever, é preciso ser fluente em inglês. Os aprovados ganham visto de trabalho e residência na Dinamarca válido por três anos. Os dois melhores entre os alunos selecionados receberão € 10 mil (R$ 63,7 mil, na cotação atual), para ajudar no pagamento do curso, que custa € 4.500 por semestre. Todos os aprovados recebem ajuda de custo para o segundo ano do programa, de € 6.000 euros (R$ 38,2 mil), e seguro-saúde. As inscrições ficam abertas até o dia 10 de janeiro. (com informações do Novo em Folha)
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Inscrições para prêmio
A 42ª edição do Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha 2025 vai pagar 10 mil euros (cerca de R$ 63 mil) para cada uma das reportagens vencedoras de suas sete categorias –jornalismo narrativo, cooperação internacional e ação humanitária, jornalismo ambiental, jornalismo cultural, fotografia e organização de mídia ibero-americana. A premiação aceitará reportagens publicadas em todas as mídias entre 1º de setembro de 2023 e 31 de agosto de 2024. O intuito é reconhecer os melhores trabalhos jornalísticos na Espanha e na América Latina. É possível se candidatar até o dia 21 de dezembro por meio deste link. (com informações do Novo em Folha)
Na cabeceira
Dicas de leitura e do que fazer com o controle remoto e outros dispositivos
Livro do mês – 1
O cérebro leitor
De: Maryanne Wolf
Ed. Contexto, SP | 2024
R$ 93,90 | e-book R$ 65,00
Em tempos em que a palavra do ano, segundo o dicionário Oxford, foi “brain rot”, que em tradução livre quer dizer “cérebro podre”, a leitura da obra da pesquisadora e neurocientista Maryanne Wolf, “O cérebro leitor” traz informações importantes sobre o quanto a “leitura profunda” - que, segundo ela, é aquela que fazemos fora dos dispositivos digitais, que permite um tipo de concentração que favorece a criticidade – é imprescindível, se quisermos manter o nosso cérebro longe da superficialidade das redes sociais e formarmos seres humanos mais éticos e empáticos.
Em uma live no canal do YouTube da Abrelivros, a autora fez questão de frisar o quão fundamental é, para o cérebro dos seres humanos, exercitar a leitura profunda. Ela não descarta a digital, mas recomenda que ela não seja feita por crianças, que necessitam de um tempo de leitura que permita um processamento mais lento, pois “o cérebro precisa de tempo para pensar”. Ela lembra que os vídeos curtos e o excesso de informações que circulam de forma acelerada na internet e em especial nas redes sociais, prejudicam a atenção e a concentração.
Wolf é também autora do best-seller “O cérebro no mundo digital’, escrito depois deste, e nas duas obras oferece uma contribuição extremamente significativa para pesquisadores, professores e para que tem interesse sobre questões que envolvam a leitura e seus processos decorrentes, inclusive no universo digital. Esta obra se divide em nove cartas dirigidas aos leitores, e cada carta mostra um ponto a ser destacado e pensado a respeito do que ela verificou em suas pesquisas. Leitura recomendada!
Podcast do mês
No rastro da notícia
Podcast do Jornalismo sem Trégua, uma iniciativa do Programa Tim Lopes, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
Disponível gratuitamente no spotify
O Programa Tim Lopes Podcasts, da Abraji, lançou o podcast “No Rastro da Notícia” com o propósito de discutir os riscos e a segurança dos jornalistas, a sustentabilidade de projetos da área, os desafios nos desertos de notícia, assédios digital e judicial, combate à desinformação, métodos de apuração, checagem e cuidados com as fontes. A temporada de 2024 está chegando ao fim com o lançamento do 6º. episódio, no qual a escritora, jornalista e documentarista Daniela Arbex compartilha reflexões sobre o jornalismo investigativo, os bastidores de suas obras mais marcantes e os desafios da transição do ritmo frenético das redações para a profundidade das narrativas em reportagens literárias.
Mediada por Angelina Nunes, coordenadora do Programa Tim Lopes, a conversa reflete sobre a diferença entre o imediatismo das manchetes no jornalismo diário e a longevidade de um livro-reportagem. Ao abordar o tema do jornalismo literário em que compartilha suas experiências na escrita deste gênero, ela reflete, ao se referir à obra Todo dia a mesma noite, que virou série na Netflix e teve repercussão internacional: “Porque no final das contas, o que o jornalista quer? ー Ele quer ser lido, quer que a sua história toque as pessoas. Então, de repente, você vê que em outros formatos a sua história está tocando pessoas fora do Brasil”. Arbex também deixa uma mensagem especial para os colegas interessados neste tema, sobre os desafios e as recompensas da profissão: “Essa profissão é muito nobre e digna. Precisamos valorizá-la.”
Livro do mês – 2
Respire fundo: contos proibidos da internet
De: Sheylli Cafelli
Ed. Fermentare, SP | 2024
A influenciadora digital Sheylli Cafelli tem um trabalho bastante focado na discussão de temas delicados, especialmente quando se trata de informar crianças e jovens: os perigos do ambiente digital que acabam em violência e abuso sexual. Exatamente por tratar-se de um tema sensível e ainda envolto por preconceitos, há poucas publicações destinadas às crianças e adolescentes, que navegam constantemente nas redes sem atentar para os inúmeros riscos on-line.
Inspirado em histórias reais, fruto da experiência da autora nas redes sociais, o livro convida o leitor a se questionar: “Você já se perguntou até onde ‘um amigo da internet’ pode ir”? e segue alertando, em histórias narradas em primeira pessoa, com uma linguagem bem antenada com o universo da faixa etária a partir dos 12 anos (faixa indicativa da obra), que “não existe mundo real e virtual, tudo é realidade e pode mudar a sua vida”. Leitura recomendada também para pais e educadores, que precisam adentrar no universo digital e compreender quais são os desafios ali postos, educando seus filhos a trafegarem com ética e segurança, uma vez que o acesso à internet é uma realidade da qual não podemos escapar. Afinal de contas, a responsabilidade de proteger e cuidar das crianças e adolescentes é de toda a sociedade e não pode mais ser adiada, como mostram os movimentos ao redor do mundo que pedem uma urgente regulação das plataformas e do uso do celular nas escolas, por exemplo. O livro da Sheylli é um chamado impactante para esta tarefa.
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Agradecemos pela leitura neste ano e voltamos no ano que vem! Desejamos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!